A tão discutida reforma tributária está saindo do papel e promete mudanças profundas no sistema de arrecadação de impostos no Brasil. Entre os setores mais impactados está o varejo supermercadista, que lida com uma grande variedade de produtos, margens apertadas e uma carga tributária historicamente complexa. Mas, afinal, o que muda na prática?
Confira três efeitos principais da reforma tributária para os supermercados:
1. Unificação de Tributos e Simplificação Contábil
Um dos pilares da reforma é a substituição de diversos tributos (como PIS, Cofins, ICMS e ISS) por dois novos: CBS (Contribuição sobre Bens e Serviços) e IBS (Imposto sobre Bens e Serviços).
Para os supermercados, isso significa uma redução da complexidade fiscal, já que hoje é comum lidar com dezenas de alíquotas diferentes, dependendo do estado, do produto e da cadeia de produção. A expectativa é que os custos com compliance e contabilidade diminuam ao longo do tempo, especialmente para redes de médio e pequeno porte.
2. Impacto no Preço Final dos Produtos
Apesar da simplificação, o modelo da nova tributação prevê tributação no destino (ou seja, onde o produto é consumido) e não cumulatividade plena — o que pode alterar a carga tributária sobre diferentes itens.
Produtos da cesta básica, por exemplo, ainda estão em debate: a proposta prevê alíquotas reduzidas ou até isenções, mas isso depende de regulamentação complementar. Caso essas medidas não avancem, itens essenciais podem sofrer aumento no preço final, afetando diretamente os consumidores e o volume de vendas dos supermercados.
3. Maior Transparência para o Consumidor
Um dos objetivos da reforma é tornar os impostos mais visíveis e compreensíveis para o consumidor. O novo modelo deverá mostrar, de forma clara, quanto de imposto está embutido no valor de cada produto.
Essa maior transparência pode gerar pressão competitiva entre supermercados, especialmente se houver diferença nas alíquotas estaduais ou estratégias diferentes de repasse de custos. Ao mesmo tempo, abre espaço para que redes se posicionem como mais eficientes ou mais justas na formação de preços.
Conclusão
A reforma tributária é uma mudança estrutural que pode beneficiar o setor supermercadista no médio e longo prazo, especialmente pela simplificação e redução de burocracia. Porém, o período de transição exigirá atenção redobrada, tanto na gestão tributária quanto na comunicação com os consumidores.
É fundamental que supermercados se preparem desde já, revisando sistemas, capacitando equipes e acompanhando de perto a regulamentação da nova legislação.
Até a próxima!
Fontes Advogados.
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